Novo rol de procedimentos da ANS coloca em questão o equilíbrio do setor
O Conselho de Administração da Unimed Goiânia recomenda a leitura do artigo escrito pelo presidente da Central Nacional Unimed, Alexandre Ruschi, sobre a possibilidade de comprometimento das despesas do setor de saúde suplementar por causa da entrada em vigor do novo Rol de Procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O presidente alerta para a responsabilidade de todos os envolvidos no setor e manifesta-se pela revisão das normas regulatórias.
Leia a íntegra do artigo:
Em vigor desde o último dia 2, o novo Rol de Procedimentos da ANS pode comprometer as despesas do setor de saúde suplementar. Segundo parecer da Unimed do Brasil, o impacto deve ser de 4,5% no Sistema Unimed, o que equivale a R$ 2,3 bilhões.
Entre os 3.329 tratamentos e 18 novos procedimentos incluídos, os que representam maior relevância são as ampliações das Diretrizes de Utilização (DUT). Na Central Nacional Unimed, está previsto o impacto de 4,64%, após estudo realizado com o apoio da UNICA, consultoria atuarial da Unimed do Brasil, do Comitê Atuarial do Sistema Unimed e do Colégio Nacional de Auditores,valor que pode representar R$ 178 milhões neste ano. Mais da metade corresponde ao tratamento ocular quimioterápico com antiangiogênico.
É necessário refletir e considerar que as novas inclusões não presumem o repasse que será dado à sociedade, uma vez que o setor se recupera de um longo período de recessão econômica, ao mesmo tempo que a renda familiar está cada vez mais comprometida e crescem as despesas assistenciais.
O Sistema Unimed precisa se mobilizar para que as normas regulatórias, excessivas e engessadas do setor, sejam revistas. Quanto mais determinações, maior a judicialização, os custos e o preço que a população pagará para ter o plano de saúde, mantendo o círculo vicioso que nos encontramos. A conta é de todos, é equivocado achar que essas despesas são das operadoras.
O modo inoperante como a saúde tem sido conduzida cria um desequilíbrio que afeta o mutualismo no setor. No atual cenário, fica inviável conciliar as exigências com uma oferta de serviços justa, que não prejudique as operadoras, muito menos o beneficiário.