Sepse: doença é responsável por 25% das internações em UTIs no Brasil e tem taxa de mortalidade que supera a do infarto e do câncer
30 de maio 2025
De acordo com a infectologista Dra. Renata Bernardes, cooperada da Unimed Goiânia, o quanto antes o paciente receber o diagnóstico e iniciar o protocolo de tratamento, maior a chance de recuperação e menor o risco de sequelas
A sepse é uma das principais causas de internação em unidades de terapia intensiva (UTIs) e, ainda assim, pouco conhecida pelo público em geral. Trata-se de uma resposta inflamatória grave e desregulada do organismo a uma infecção já existente — que pode ser causada por bactérias, vírus, fungos ou parasitas. Se não for reconhecida e tratada rapidamente, pode levar à falência de múltiplos órgãos e à morte.
A sepse é hoje a principal causa de mortalidade hospitalar tardia no Brasil, com uma taxa de letalidade de até 65% — índice muito superior à média mundial, que gira entre 30% e 40%. A doença supera em número de mortes o infarto do miocárdio e o câncer, e representa 25% das ocupações de leitos em unidades de terapia intensiva (UTIs) no país.
De acordo com a infectologista Dra. Renata Bernardes, cooperada da Unimed Goiânia, a sepse ocorre quando o sistema imunológico, ao tentar combater uma infecção, acaba desencadeando uma reação exagerada que compromete o funcionamento de órgãos vitais, como o coração, os rins e os pulmões. “Sepseé o agravamento de uma infecção, que se espalha e causa um colapso generalizado no organismo. Quando o sistema imunológico tenta combater o agente infeccioso, pode acabar atacando também tecidos e órgãos saudáveis”, explica.
Alerta para os sinais — nem sempre com febre
Os principais sinais de alerta são: febre alta (acima de 38ºC) ou hipotermia (abaixo de 36ºC), respiração rápida, batimentos cardíacos acelerados, pressão baixa, confusão mental, sonolência excessiva, pele pálida ou manchada, calafrios intensos e diminuição na produção de urina.
“É importante destacar que nem toda sepse causa febre. Em idosos e imunossuprimidos, por exemplo, o quadro pode evoluir de forma atípica, e por isso outros sintomas devem ser levados em consideração”, reforça a especialista.
Quem está mais vulnerável à sepse
Alguns grupos populacionais apresentam maior risco de desenvolver sepse, especialmente aqueles com sistema imunológico comprometido ou em condições clínicas que favorecem infecções graves:
Idosos (acima de 60 anos);
Recém-nascidos e bebês;
Portadores de doenças crônicas como diabetes, insuficiência cardíaca, renal ou hepática;
Pessoas imunossuprimidas (com HIV/AIDS, em quimioterapia, transplantados);
Internados em UTIs ou com uso prolongado de dispositivos como sondas, cateteres erespiradores;
Pacientes com ferimentos, queimaduras ou traumas com risco de infecção;
Gestantes e puérperas.
Diagnóstico precoce pode salvar vidas
O tratamento da sepse envolve o uso de antibióticos (ou antivirais e antifúngicos, conforme o agente causador), hidratação venosa e suporte intensivo aos órgãos afetados. A detecção precoce é fundamental para o sucesso do tratamento. “Quanto antes o paciente receber o diagnóstico e iniciar o protocolo de tratamento, maior a chance de recuperação e menor o risco de sequelas”, afirma a médica cooperada da Unimed Goiânia.