arquivo-noticias - Unimed Goiânia

Câncer de boca avança no País






O câncer de boca tem preocupado os especialistas da área em todo o Brasil. Somente em 2002, a doença matou mais de 3.500 pessoas e, a cada ano, aparecem dez mil novos casos. Na hierarquia nacional, é o oitavo tipo de câncer que mais mata. Seu avanço gradual pode ser barrado se houver uma prevenção e a busca de um diagnóstico precoce. Isto é o melhor a se fazer para diminuir o número de mortes.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o índice de mortalidade da doença é ainda alto. Quase 40% dos casos da doença acabam em morte. Isso acontece porque 70% dos diagnósticos são feitos quando a lesão atingiu um estágio avançado. Daí a necessidade de identificar a doença o mais cedo possível.

Já foi detectado que, no Brasil, geralmente desenvolve câncer bucal o indivíduo do sexo masculino, trabalhador, acima dos 30 anos, fumante, consumidor de bebidas alcoólicas e de classe social menos favorecida.

Causas Fumo, álcool, má higiene e uso de próteses dentárias mal-ajustadas são as maiores causas do câncer de boca. O principal sintoma da doença é o aparecimento de feridas na boca que não cicatrizam em até uma semana. O câncer bucal pode ter outros sintomas, como ulcerações superficiais e indolores com menos de dois centímetros de diâmetro - que podem sangrar ou não - e manchas esbranquiçadas ou avermelhadas nos lábios ou na mucosa bucal.

Em nível avançado, o câncer de boca tem como sintomas dificuldade da fala, do ato de mastigar e da deglutição, emagrecimento acentuado, dor e a presença de linfadenomegalia cervical (íngua no pescoço).

Médicos recomendam como forma de prevenção que as pessoas façam o auto-exame da boca uma vez a cada seis meses. O auto-exame deve ser feito em um local bem iluminado, diante do espelho. O objetivo é identificar lesões precursoras do câncer de boca. Devem ser observados sinais como mudança na cor da pele e mucosas, endurecimentos, caroços, feridas, inchações, áreas dormentes, dentes quebrados ou amolecidos e úlcera rasa, indolor e avermelhada.

Evitar o fumo e o álcool, manter a higiene bucal, fazer uma consulta odontológica pelo menos uma vez por ano e ter uma dieta saudável, rica em frutas e vegetais em geral, são boas dicas para prevenir o câncer bucal. Outra recomendação importante é evitar a exposição ao sol sem proteção (filtro solar ou chapéu de aba longa).

Quando o câncer bucal é diagnosticado, a cirurgia, a radioterapia e a quimioterapia - isolada ou associada aos outros tratamentos - são os métodos terapêuticos usados. A cirurgia e a radioterapia são mais indicadas quando as lesões estão na fase inicial. Se o câncer bucal é descoberto nesse período, as chances de cura são de 80%.

A quimioterapia é empregada nos casos avançados. O objetivo é reduzir o tumor para permitir o tratamento posterior pela radioterapia ou cirurgia. O prognóstico nesses casos é extremamente grave, pela impossibilidade de controle total das lesões maiores.

 O que você precisa saber

 O que é

O câncer oral é aquele que acomete a porção da garganta para frente, ou seja toda a parte visível da boca até os lábios. O seu local mais comum é o assoalho da boca, embaixo da língua, a porção lateral da língua e o palato mole. Por isso mesmo é facilmente visível a olho nu tanto pelo próprio paciente quanto por dentista ou médico.

Quem corre risco

Esse tipo de câncer acontece principalmente em pessoas que fumam cigarro, bebem bebida de álcool ou que mascam tabaco.

Como o médico faz examina

Um médico ou outro profissional da saúde examina detalhadamente a porção interna da boca procurando por lesões esbranquiçadas (leucoplasias) ou avermelhadas (eritroplásticas). Como no colo uterino, células podem ser retiradas por raspagem dessas regiões alteradas e examinadas num microscópio em busca de sinais de malignização. Lesões pré-malignas já estão bem descritas e o diagnóstico precoce desse tipo de tumor é bem possível de ser realizado.

Fatores de risco

Idade: o câncer oral é mais comum em pacientes acima dos 45 anos e aumenta rapidamente até os 65 anos quando então se estabiliza.

História pessoal: ingestão de álcool e uso de fumo em qualquer forma são os fatores de risco mais importante para o desenvolvimento desse tipo de tumor.

Sexo: esse tipo de tumor é mais comum em homens do que em mulheres.

Prevenção

Fumo - O uso de tabaco em qualquer forma (fumando cigarro, charuto, cachimbo ou mascando) é responsável pela grande maioria desse tipo de câncer. Quanto mais a pessoa fuma maior é o seu risco. Não fumar é a forma mais eficaz de evitar esse tipo de câncer. Os fumantes que param de fumar têm o seu risco reduzido grandemente já no primeiro ano de abstinência ao fumo. E esse risco se reduz progressivamente até praticamente se igualar aos que nunca fumaram em dez anos, se a pessoa permanecer sem fumar. O uso de maconha também está associado ao câncer oral.

Álcool - O uso de bebida de álcool, principalmente quando associado ao fumo, também é um fator de risco importante para o câncer oral. Quanto mais porções a pessoa ingere, maior é o seu risco. Usar bebida de álcool com moderação ou evitar completamente a ingestão de álcool diminui o risco de desenvolver esse tipo de câncer, principalmente entre os fumantes. Cerveja e destilados são os tipos de bebida de álcool mais comumente associados a esse tipo de câncer.

Dieta - Uma dieta rica em fibras, com grande quantidade de frutas, legumes e verduras diminui o risco para o câncer oral, principalmente de pessoas que fumam.

Idade - O câncer oral é raro antes dos 45 anos. Depois dessa idade a sua freqüência aumenta, principalmente entre as pessoas de maior risco, como os fumantes.

Dentista - Fazer visitas regulares ao dentista ou outros profissionais da área da saúde para fazer um exame da cavidade oral com o objetivo de detectar lesões precursoras desse tipo de câncer é particularmente importante após essa idade.

Exposição ao sol - Proteger os lábios dos raios de sol mais fortes, entre as 10 e 16 horas, com protetor solar ou chapéu, pode diminuir o desenvolvimento de câncer do lábio inferior.

Fonte: Jornal de Brasília
29/09/04

${loading}