Quem foi ao Parque da Cidade na manhã de domingo teve a oportunidade de saber um pouco mais sobre o problema de saúde que mais mata no Brasil e também no Distrito Federal: o Acidente Vascular Cerebral (AVC), também conhecido como derrame cerebral.
O AVC é caracterizado pela obstrução ou rompimento de um vaso sangüíneo do cérebro, podendo até destruir parte do órgão ou levar a pessoa à morte. Segundo a neurologista Candice Alvarenga, pessoas que têm casos de hipertensão ou diabetes na família são as que correm maior risco de ter um AVC. "Obesos, sedentários, fumantes e pessoas que não têm uma alimentação saudável também devem ficar atentas", alerta.
A neurologista afirma que o AVC mata muito porque pacientes que apresentam condições que podem levar ao problema - como diabetes e hipertensão arterial - não se cuidam como deveriam. "Essas pessoas, muitas vezes, interrompem o tratamento médico, que é a maneira de se controlar essas doenças crônicas", esclarece.
Durante o atendimento de ontem, que fez parte do projeto Saúde no Parque, mais de 200 visitantes foram examinados pela equipe. As pessoas que apresentaram taxas acima do que é considerado normal receberam a recomendação de procurar ajuda médica.
Quem utilizou o serviço elogiou a iniciativa do hospital. O norte-americano Jeffrey Gorham, 33 anos, mestrando em Antropologia da Universidade de Brasília (UnB) foi ao parque ontem só para fazer os exames. "Já tive colesterol alto, então me cuido bastante agora", explica. "Acho muito legal eles trazerem esse serviço gratuitamente para o parque", comenta Jeffrey.
O norte-americano garante que faz todos os exames regularmente, pratica atividades físicas, não bebe nem fuma. "É importante se cuidar, levando uma vida equilibrada. Além da imagem, a gente tem de se sentir bem", acredita o rapaz, que teve bons resultados nos exames.
O engenheiro mecânico Arnaldo Resende, 53 anos, também aproveitou a chance de checar seu estado de saúde no parque e confirmou que está bem. "Caminho aqui todo os dias. Quando há eventos assim, aproveito para me informar", diz. Ele conta que faz exames regularmente. Portanto, já imaginava que não tinha problemas de saúde. "Mas meu pai já teve sintomas de diabetes e se curou. Então, preciso me cuidar", reconhece Arnaldo.
Os sintomas do AVC surgem repentinamente. Fraqueza ou dormência de um lado do corpo, dificuldade para ver ou falar, dor de cabeça forte, incapacidade de se manter em pé e convulsões podem ser sinais de um derrame. Para evitar que o AVC seja fatal ou cause seqüelas, o atendimento médico deve ser feito em até três horas. O serviço público de saúde presta esse tipo de atendimento.
Fonte: Jornal de Brasília
13/12/2004