Depois de sofrer com uma das piores catástrofes naturais da história, a população dos países atingidos pelo maremoto enfrenta agora um novo perigo: os boatos e alarmes falsos que semeiam pânico e atrapalham a ajuda às vítimas. Nos últimos dias, surgiram diversos golpes envolvendo doações e a assistência aos desabrigados.

Policiais chineses descobriram ontem uma fraude pela internet. E-mails pediam o envio de dinheiro a internautas em Hong Kong. Só que, em vez de ser repassado para a assistência às vítimas do tsunami, o dinheiro ia parar em uma conta bancária na Europa.

Boatos

Na segunda-feira, um boato sobre a chegada de um tsunami na ilha de Timor Leste (poupada pelas ondas gigantes que arrasaram a Ásia) causou pânico no país. Milhares de pessoas, a pé ou de carro, fugiram para as montanhas que cercam a capital, Díli. Segundo relatos pela internet de brasileiros que moram no Timor, até doentes foram retirados de hospitais.

A farsa, de acordo com o governo timorense, foi montada por criminosos que pretendiam roubar casas abandonadas por pessoas que fugiram, em desespero. Autoridades convocaram a imprensa para desmentir o informe sobre o maremoto e reforçaram o patrulhamento nas ruas para evitar desordem e saques.

No domingo, policiais prenderam um homem de 40 anos na Grã-Bretanha por enviar e-mails falsos para amigos e parentes de britânicos desaparecidos no sudeste asiático. Christopher Pierson obteve informações sobre pessoas em busca de sobreviventes no site Sky News. Em seguida, criou um e-mail falso e enviou 35 mensagens em que, fingindo ser um funcionário do corpo consular britânico na Tailândia, anunciava a morte de desaparecidos. Pierson será julgado no próximo dia 24 sob acusação de "comunicação maliciosa".