arquivo-noticias - Unimed Goiânia

A descoberta do agente causador da sífilis faz 100 anos






Principal doença sexualmente transmissível (DST) depois da aids, a sífilis é considerada prioridade pelo Ministério da Saúde, que desenvolve ações por meio do Programa Nacional de DST e Aids (PN-DST/Aids). Mesmo com testes gratuitos e tratamento fácil e acessível, a sífilis em gestantes têm três vezes mais incidência que a aids.

Cerca de 1,1% da população brasileira ¿ em torno de 937 mil pessoas ¿ é infectada pela sífilis todos os anos, conforme estimativas do Ministério da Saúde. Estima-se que aproximadamente 60 mil gestantes (1,7% das mulheres grávidas) são portadoras da infecção. O grande perigo nesse caso é a transmissão para o bebê durante a gravidez. Embora o tratamento seja simples, cerca de 70% das gestantes infectadas transmitem a doença aos bebês, pois não fazem o tratamento adequado. A sífilis na gestação pode causar graves problemas de saúde na criança ou levar ao abortamento. Para reverter esse quadro, o Ministério da Saúde tem investido em ações que ampliem o diagnóstico precoce e o tratamento adequado.

Perfil - Também conhecida como lues, a sífilis é uma das mais perigosas doenças sexualmente transmissíveis. Atinge principalmente pessoas na faixa etária com maior atividade sexual: dos 15 aos 49 anos de idade. No início, após a contaminação, é comum aparecer uma lesão (feridinha) geralmente única, indolor e nos órgãos genitais chamada de cancro duro. Se não tratada, a sífilis evolui e pode atingir praticamente todos os órgãos do corpo.

A transmissão acontece principalmente pelo contato sexual e através da placenta. A contaminação da mãe para o feto ¿ a sífilis congênita ¿ ocorre em qualquer momento da gestação. ¿É importante tratar qualquer DST para se evitar complicações, portanto todo sinal ou sintoma diferente, observado nos genitais, deve ser motivo para busca por assistência. Entretanto, a sífilis em gestantes tem sido priorizada pelo grande risco da transmissão vertical, ou seja, da mãe para o bebê, e seu diagnóstico deve ocorrer durante o pré-natal e não somente no momento do parto¿, explica o responsável pela Unidade de Doenças Sexualmente Transmissíveis do Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde, Valdir Monteiro Pinto.

Conseqüências

O não tratamento da sífilis em gestantes oferece grandes riscos para a saúde do bebê. A doença pode causar aborto, parto prematuro e a natimortalidade. Mesmo nascendo aparentemente saudável, a criança tende a desenvolver problemas de saúde nos primeiros anos de vida. Os agravos causados pela sífilis incluem o baixo peso, o aumento do fígado e do baço, lesões de pele, alterações respiratórias, surdez, deformações ósseas e dificuldade de aprendizado.

¿Tão importante quanto tratar a paciente é tratar seu parceiro. Se ambos não fizerem o tratamento completo, não se considera como tratados¿, alerta o médico do PN-DST/Aids.

Dificuldades no combate à sífilis

Alguns obstáculos dificultam o combate à sífilis no País. Um deles ainda é a carência de pessoal capacitado para o diagnóstico e o tratamento. Valdir cita, ainda, o preconceito em relação às DST e à sexualidade como barreira para o tratamento dos parceiros. Outro empecilho é que algumas fases da doença são assintomáticas, o que dificulta a procura do diagnóstico pelo paciente. A informação ainda é uma das principais armas contra a sífilis.

Auto-medicação e tratamentos sem acompanhamento de um profissional de saúde não são recomendáveis pois podem trazer problemas para a saúde do paciente e criar resistência aos medicamentos.

A única forma de prevenção da sífilis é a prática de sexo seguro, caracterizada pelo uso do preservativo.

Fonte: Programa Nacional de DST e Aids
07/03/2005

${loading}