O colesterol baixo era visto como sinal de boa saúde e baixo risco de doenças cardíacas. Mas, cada vez mais, os médicos estão identificando pessoas cujos níveis de LDL, o chamado mau colesterol, são baixos, mas ainda assim parecem correr maior risco de ter arteriosclerose, enfarte e derrame. Elas têm uma condição conhecida como síndrome metabólica, um conjunto de fatores de risco que incluem hipertensão moderada, níveis elevados de glicose, triglicérides altos e baixos níveis de colesterol HDL.
Pessoas com essa síndrome também tendem a apresentar altos níveis da proteína C-reagente, ou CRP, que é liberada durante processos inflamatórios e vem sendo associada a doenças cardíacas. "As pessoas que temos visto com doenças cardíacas têm a síndrome metabólica, já que o aumento de peso é a força propulsora e as pessoas estão ganhando peso", diz Arshed Quyyumi, professor de cardiologia da Emory School of Medicine.
Estudos indicam que 55 milhões de americanos se encaixam nos critérios de diagnóstico da síndrome. Mas os cientistas ainda discordam sobre suas causas, como diagnosticá-la e como tratá-la.
Em 1988, Gerald M. Reaven, endocrinologista de Universidade Stanford, foi o primeiro a descrever fatores de risco de baixo nível que aumentavam as chances de desenvolver uma doença cardíaca. E observou que os pacientes com esses fatores também tinham baixos níveis de LDL, o tipo relacionado com risco mais alto para doenças do coração.
Em 1991, um relatório do Instituto Nacional da Saúde reconheceu esses riscos e providenciou testes de diagnóstico de fácil aplicação pelos médicos. Segundo o relatório, a síndrome deveria ser diagnosticada em pessoas que tivessem pelo menos três dos cinco fatores de risco: cintura larga, pressão sanguínea um tanto elevada, baixo HDL e taxas elevadas de triglicérides e de pré-diabete.
Fonte: Jornal Estadão
11/05/2005