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Quase metade dos fumantes acendem 1º cigarro ao acordar






Uma pesquisa do Incor (Instituto do Coração) com 3.800 fumantes da cidade de São Paulo revela que, meia hora após sair da cama, 72% dos entrevistados já fumaram o primeiro cigarro do dia -40% deles em até cinco minutos após acordar. Em média, os tabagistas entrevistados tinham 41 anos e fumavam há 22.

Outro dado preocupou os médicos: 57% dos fumantes relataram que não deixam de fumar nem quando estão doentes. A maior parte deles (42%) fuma um maço (20 cigarros) por dia. Apenas 10% dizem fumar mais de 30 unidades/dia.

Segundo a cardiologista Jaqueline Issa, diretora do Programa de Tratamento do Tabagismo do Incor, os dados revelam que o paulistano tem um alto grau de dependência do cigarro.

Issa diz que, com o tempo, a tendência é que a pessoa se torne tolerante à nicotina e, para conseguir a mesma sensação que tinha anteriormente com o cigarro, precise consumir doses maiores. "Por isso, é comum o número de cigarros aumentar com o avanço da idade."

Fumantes querem parar de fumar

Cerca de 60% dos entrevistados pelo Incor disseram ter planos de parar de fumar nos próximos 30 dias. A maior parte (60%) já tentou parar de fumar alguma vez, mas não conseguiu. Apesar das tentativas frustradas, 62% se dizem prontos para largar o vício.

Segundo Issa, a maioria dos fumantes está consciente da importância de deixar o cigarro -96% aceitaram receber informações sobre o tratamento antitabagista, por exemplo. "Não basta força de vontade ou motivação para largar o vício. É preciso uma abordagem médica e comportamental."


Tabagismo não é tratado como doença

Para Issa, falta que a população e os médicos estejam informados de que o tabagismo é uma doença. "Muitos médicos pensam que para abandonar o cigarro basta força de vontade. Ou acham que o tabagismo é hábito da pessoa e não dão a mínima."

A cardiologista lembra que o mesmo comportamento foi observado nas décadas de 80 e 90 com a obesidade. "Foi muito difícil convencer os médicos e principalmente os pacientes de que obesidade é uma doença que precisa de tratamento. Hoje ninguém duvida mais disso."

Outro problema, segundo ela, é o acesso à medicação e aos tratamentos antitabagistas no sistema público de saúde. No Incor, por exemplo, há uma fila de espera superior a um ano.

Ainda assim, o número de fumantes no Brasil tem diminuído desde 1989, na ordem de 10%, segundo amostras populacionais coletadas pelo Instituto Nacional do Câncer e Ministério da Saúde.

Estima-se que haja 1,2 bilhão de fumantes no mundo. Em 2000, o cigarro foi responsável por 4 milhões de mortes.

Fonte: Folha de São Paulo
01/06/06

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