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ANGÚSTIA NA COOPERATIVA






(*) Dr. Ary Monteiro do Espírito Santo

Estamos enfrentando dificuldades para garantir o cronograma de aumento do ganho dos Cooperados. No mês de junho, o custo assistencial da Unimed Goiânia atingiu 93,5% do faturamento bruto, restando 6,5% para todas as despesas, investimentos, obrigações fiscais e tributárias.

Os grandes vilões do custo assistencial são os excessos verificados nos gastos com órteses, próteses, materiais especiais, quimioterapia, hemoterapia e ainda as decisões judiciais.

 

Como administrar com apenas 6,5% do faturamento uma Cooperativa do porte da Unimed Goiânia justamente no momento em que há grandes despesas com o ISS da Prefeitura, pressões por aumento dos prestadores, e a necessidade de aumentar progressivamente o ganho dos nossos Cooperados?

E aqui reside o principal problema. Na medida em que aumentam os custos, diminuem as sobras. De onde buscamos os recursos para arcar com os custos ¿extras¿? A resposta é uma só: do que poderia ser nosso lucro, nosso aumento de ganho.

 

Diante disso, poderíamos apontar como insensibilidade, o comportamento dos colegas Cooperados que tentam fazer de sua Cooperativa apenas mais um convênio e não sua própria ¿empresa¿? Por que alguns colegas Cooperados esquecem-se que a Cooperativa é sua, que o patrimônio da Cooperativa é seu? Por que promovem a autogeração de exames em abundância? Por que solicitam retorno de consulta para entrega de exames com 22 dias? Por que só existem vagas no consultório após 21 dias depois da primeira consulta? Quais são as respostas para essas perguntas?

 

Será que essas respostas estão no faturamento das clínicas de exames complementares, que em junho, ultrapassou o faturamento dos hospitais? É possível e necessário solicitar tanto exames, cujo índice de normalidade dos mesmos chegou a 90%?

A realidade dos 93,5% nos permite fazer outras perguntas. Será que o controle de colesterol mês/mês resolve o nível alto? Não temos que esperar que a dieta e o remédio baixem estes níveis? E o que pensar do ¿pingue-pongue¿ do paciente de especialista em especialista, dos exames ECG realizados mês/mês para avaliar o que temos certeza e clareza? O que dizer da conduta ética e científica diante desses casos?

 

Quem paga em dia hoje os Cooperados e prestadores? A UNIMED GOIÂNIA. Os 93,5% colocam todos nós não em risco de falência, mas de insolvência como está previsto na Lei 5764/71. E, se ela ocorrer, todos pagaremos, todos seremos insolventes. Unidos nas sobras e unidos no prejuízo.

 

Convidamos a todos a uma profunda REFLEXÃO de nossa conduta médica e ética para uma mudança de atitude.

 

 

A Unimed Somos Todos Nós.

(*) Dr. Ary Monteiro do Espírito Santo é
diretor Econômico-Financeiro da Unimed Goiânia.

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