O uso do protetor solar oral é uma nova alternativa no combate aos efeitos nocivos dos raios ultravioleta (UV). As cápsulas manipuladas do protetor agem diretamente nas células da pele, protegendo-as das moléculas causadoras de câncer, envelhecimento precoce e manchas. Especialistas alertam que o medicamento não exclui a necessidade de utilização do protetor solar na forma de creme ou loção.
Pioneiro na prescrição do método em Minas, o clínico geral Telmo Diniz, especialista em medicina ortomolecular, disse que, geralmente, os protetores externos só bloqueiam os raios UVA, deixando penetrar livremente os do tipo UVB. "O fotoprotetor oral fortalece o sistema de defesa das células, impedindo também a ação dos raios ultravioleta B", afirmou.
Ele explicou ainda que as cápsulas de fotoproteção são manipuladas à base de substâncias nutritivas, como betacaroteno e luteína. Para cada paciente, disse o médico, há uma fórmula diferente. "Cada pessoa tem um tipo de pele e por isso necessita de dosagens diferenciadas das substâncias."
O medicamento, chamado por Diniz de suplemento nutracêutico (nutriente com efeito curativo), deve ser tomado um vez ao dia. O período de tratamento também é prescrito individualmente. "Esse tipo de tratamento é indicado para pessoas que ficam muito tempo expostas ao sol diariamente, como professores de natação, nadadores, pessoas que trabalham na lavoura e mesmo para aquelas que adoram praia ou piscina", disse.
Melhorias
Há pouco mais de um mês usando o protetor oral, a empresária Daniela Ferrari, 25, disse que já sentiu melhorias na pele. Ela começou a tomar o suplemento no final de 2007. "Depois que comecei a tomar as cápsulas, senti que minha pele ficou mais hidratada. Mesmo tomando sol todos os dias, ela não ficou seca, nem descascando", afirmou. A empresária disse que não deixa de passar também o protetor na pele.
Método requer mais estudo, diz médico
Mais adepto ao procedimento de proteção solar tradicional, com o uso de cremes e loções, o dermatologista Marcelo Grossi Araújo, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, regional Minas Gerais, disse que não recomenda os protetores orais. Segundo o médico, ainda existem poucos estudos sobre o método, que pode ser arriscado.
Segundo Araújo, algumas substâncias encontradas nas cápsulas podem provocar alterações no organismo. ?Não trabalho com essas pílulas. O que sei é que algumas substâncias causam muitos efeitos colaterais. A substância betacaroteno, por exemplo, deve ser usada em situações restritas. Dependendo da quantidade, ela pode gerar efeitos indesejáveis. Acredito que esse método possa até ser benéfico futuramente, mas ainda vejo necessidade de mais testes e estudos?, afirmou.
A falsa sensação de proteção que o medicamento gera, ressaltou, é outra preocupação. ?Uma pessoa que faz uso dessa cápsula pode achar que está protegida contra os raios ultravioleta e, dessa forma, abrir mão dos protetores comuns?, disse Araújo.
Fonte: CRMM