arquivo-noticias - Unimed Goiânia

Ruptura de aneurisma da aorta chega a matar 90% dos pacientes






A ruptura de um aneurisma da artéria aorta é um dos quadros mais graves que podem chegar a um serviço de emergência.

No caso de uma ruptura de aneurisma de aorta, de 80% a 90% dos pacientes não chegam ao hospital. Dentre os que conseguem chegar e são submetidos ao tratamento cirúrgico convencional, 40% a 50% morrem no período pré e pós-operatório. A mortalidade total da ruptura de aneurisma de aorta, portanto, chega a 90%, somando-se todos os casos.

A aorta é uma artéria que sai diretamente do coração e desce paralelamente à coluna vertebral, distribuindo o sangue oxigenado aos órgãos do corpo. Por sair diretamente do coração, suas paredes estão submetidas a pressões muito altas. O aneurisma de aorta é uma dilatação na parede da maior artéria de nosso corpo. As paredes das artérias, que são constituídas de várias camadas de tecido muscular, fragilizam-se e forma-se uma dilatação.

Os aneurismas podem ocorrer em qualquer trecho da artéria aorta, embora sejam muito mais comuns no trecho abdominal. Quando acontecem dentro do tórax, antes de chegar ao abdome, seu tratamento é mais complexo, de abordagem cirúrgica mais difícil.

Fatores

Alguns fatores de risco são conhecidos e devem ser controlados para diminuir o risco do rompimento da dilatação. A hipertensão arterial e ateroesclerose (endurecimento das parades das artérias) são os mais importantes desse grupo.

Os aneurismas de aorta não costumam causar sintomas até que a dilatação já esteja muito grande. Entre os sintomas que chamam a atenção para o problema podem estar a dor abdominal, algumas vezes com irradiação para a região posterior (costas).

O diagnóstico dos aneurismas de aorta geralmente é feito quando eles são encontrados em exames de imagem. A ultra-sonografia de abdome ou tomografia computadorizada de abdome são capazes de evidenciar o problema.

Após o diagnóstico, o tamanho do aneurisma e a presença de sintomas são os fatores que ajudam a definir a opção de tratamento. O aneurisma deverá ser acompanhado por exames seriados. Enquanto a dilatação for menor do que 5 cm e/ou o paciente permanecer assintomático, o tratamento ideal é a observação cuidadosa e tratamento dos problemas de saúde que podem agravar a situação. Nos casos de hipertensão arterial associada, o controle dos níveis de pressão é essencial.

 
Cirurgia

O tratamento cirúrgico é utilizado há mais de 40 anos e até pouco tempo atrás era a única opção.

O cirurgião, após determinar pelos exames as dimensões do aneurisma e sua localização na artéria aorta, abre a artéria doente e coloca uma prótese que substitui o trecho dilatado. Uma cirurgia muito grande, de alto risco e longa duração.

Há alguns anos os médicos passaram a ter a possibilidade de colocar a prótese por via endovascular, ou seja, por dentro da própria artéria. Através de uma incisão na virilha, um cateter progride até o trecho dilatado e instala a prótese sem a necessidade de uma cirurgia.

Um trabalho recente, publicado na revista "Archives of Surgery", demonstrou que a abordagem por via endovascular diminui o risco de morte no tratamento cirúrgico do aneurisma de aorta abdominal. O resultado da análise de dois grupos de pacientes, tratados pelo método tradicional ou por via endovascular mostrou uma redução de 25% na mortalidade em 90 dias no grupo endovascular.

Fonte: G1 - Ciência e Saúde

${loading}